segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Mateus 6.25,31-33


Não andeis cuidadosos quanto à vossa vida,pelo que haveis de comer ou pelo que haveis de beber;nem quanto ao vosso corpo,pelo que haveis de vestir.Não é a vida mais que o mntimento,e o corpo mais que a vestimente?Não andeis,pois,inquietos,dizendo:que comeremos ou o que beberemos ou com que nos vestiremos?decerto vosso pai celestial bem sabe que necessitais de todas essas coisas,mas buscai primeiro o reino de Deus,e a sua justiça,e todas essas coisas vos serão acrescentadas.

Mulher:construindo a igualdade de gênero


"Mulher vituosa quem a achará?O seu valor muito excede o de rubis."O livro de provérbios rico em lições de vida nos traz,a olhos vistos,a valia da mulher.O apóstolo Paulo ensina-a a cumprir sua linda missão de ser mulher.
Na antiga Grécia,ela tinha como prioridade dar à luz,cuidar da casa e praticar o comércio.Observe-se que ela já estava presente nos mínimos detalhes das tarefas caseiras como também nas atividades exteriores,trabalhando para ajudar o esposo também na despesa,assim era em Esparta;já em Atenas ela era submissa ao marido e seus direitos eram quase inexistentes.Ora, não é novidade que o machismo prevaleceu por muito tempo dominando novos territórios na conquista por terras,uma vez que quem dispunha de tal uso haveria de inseminá-lo nos povos conquistados por eles.Em decorrência disso,não há registros que mostrem o desenvolvimento intelectual feminino,já que ela vivia sob controle do homem.Homem pai,depois ,homem marido.
Imagine-se a situação da mulher brasileira.Um país controlado por outo desde o descobrimento,invasão.Não exemplo mais forte de machismo como o de Portugal,até a língua portuguesa originou-se no masculino.
Participar de cargos políticos,nem pensar.Era-lhe vetado este direito.Quando a mulher brasileira passou a ter direito de voto?Em pleno século XX:a Constituição promulgada em 1934 por Getúlio Vargas permitia que a mulher maior de 18 anos podia escolher através do voto os seus representantes no governo.Mas as primeiras manifestações femininas antecedem o século XX.Por volta de 1823,um grupo de mulheres paraibanas enviou um manifesto de protesto a um médico que participava da Conjuração Baiana.Esse é um exemplo de força coletiva ffeminina em participar dos problemas de seu país.
O espaço da mulher hoje é notável.ela atua em todos os setores e de forma brilhante.Provou ao homem que não é diferente dele em competência,capacidade e inteligência.logo,ambos são criações de Deus.ele é justo.Por que faria um superior ao outro?Se na formação do homem Ele disse:"Façamos o homem a nossa imagem e semelhança".e ainda diz;"junte-se o homem à milher e sejam os dois um só corpo,uma só pessoa."Não há vestígiosalgum que mostre ser o homem superior à mulher.quem criou esta desigualdade?O homem.O homem na sua sede incontrolável de poder,de fama.Ele quis,inclusive,tornar-se independente de Deus - o Seu Criador.O egocentrismo,antorpocentrismo,o desejo árduo de ser mais sábio que Deusdeturpou a mente humana...
É hoje intrigante ver uma mulher como reitora de uma universidade,como diretora de um grande hospital,como gerente de grandes empresas,como grandes escritoras,como governadoras,senadoras?Pode-se até dizer que algumas desas ocupações já são de praxe serem exercidas por mulheres.Os homens,lguns,já louvam-nas,como o fez Gilberto Gil 'As mulheres cantando,tiram versos;os homens escutando,tiram o chapéu."
Quando se sabe o que quer,cria-se um magnetismo em que tudo começa acontecer.e não é sorte,é foco.São essas quetro letras que fazem você aceitar o fato de mque pode ganhar espaço.Ajudam a desenvolver competências necessárias em águas turbulentas.Essa é uma característica peculiar à mulher.Mulher mãe,mulher amiga,mulher irmão lavando pelo pelo pão dos seus filhos.
A lição é muito clara:a pessoa de primeira linha pode ou não ser uma mulher.Pode ou não ter a necessidade de conhecer as últimas teorias da moda.Mas não pode prescindir da capacidade e competências femininas,sem as quais o mundo não seria o mesmo.Ser mulher não é apenas dar continuidade à espécie,não é somente cuidar da casa.Ser mulher é saber pensar de forma abrangente,interpretar regras,encontrar soluções e saber conviver com as exceções.E,acima de tudo,é saber dar amor sem exigir em troca o mesmo afeto.

(Ana Urquiza:06/12/05)

A vida nossa de todo dia


É notável a repetição dos fatos no nosso dia-a-dia.Desnecessário é até citar que acordamos,falamos com deus(os que o fazem),escovamos os dentes,tomamos o café da manhã...
E até no tranalho há o "feedback",mas o que nos salva são os nosssos sonhos.eles é que dão sentido à vida.Pobres de nós se não fossem os sonhos nossos de todo dia.Consegue-se realizar um,lá vem outro e assim seguimos a vida até que venhamos a subir para a melhor ou descer para a mais indesejada das vidas.O fato é que se pode dizer:felizes os que terão oportunidade de estar com o Pai,enquanto mui infelizes os que passarão desta para a pior...
Porém,embora a vida seja uma rotina,você pode ser o construtor dessa rotina,pode moldar os fatos corriqueiros do seu dia-a-dia.Invente algo novo,inusitado a cada amanhecer.Está entediado com a normalidade da sua existência?Pense no vizinho,no amigo,na criança abandonada,no pai de família desempregado.Imagine-se fazendo algo para mudar a triste rotina desssas pessoas.Trabalho fácil para você,mudará rotina sua e dela(da pessoa que você ajudar).Leia,leia coisas edificantes.Que tal começar lendo o mais lido livro do mundo:a bíblia sagrada?Além de mudar a rotina,você se renovará a cada capítulo que ler.Crescerá espiritualmente.Verá o mundo ,a vida com outors olhos.Sorrirá para a vida.Verá o pulsar do amor de Deus em cada gesto natural.Aprenderá a se expressar bem,terá conhecimento de mundo.Saberá argumentar ante a opinião de outro.
Mas,pensemos em duas coisas que que não as vemos como cotidianas,cansativas:dormir e comer.Quem se reclama de ter que dormir e comer diariamente?ninguém!Aí podemos deduzir o quanto somos seres complexos,liguemos isso ao simples fato se sermos humanos.
Que possamos lembrar sempre e fazer valer essa lembrança: a de que somos humanos e devemos cumprir nossos deveres de cidadãos e lutar para que se façam valer os nossos direitos.

(Ana Urquiza:02/12/05)

Oralidade


Desde criança aprecio a leitura.Sempre fui admiradora de grandes oradores,sejam do discurso falado ou escrito.atraem-me ainda mais o falado por ser espontâneo.Num discurso oral não se esclhem os termos detalhadamente,flui a capacidade nata do bom expressar.
Lembremos Machado de Assis que não teve formaç~~ao e é um dos maiores escritores de todos os tempos(reconhecido pela crítica brasileira e mundial).Consideremos a escolha do presidente Lula em evitar o discurso escrito,atitude deveras criticada por muitos.Contudo há de ser louvada por aqueles que não se restringem apenas ao técnico.Ora,uma vez que ele faz uso de um discurso "improvisado" (não escrito) terá uma maior proximadade com seu interlocutor;a atenção é dobrada,a técnica esvai-se e abre as portas ao espontâneo da fala, é como se estivessem os ouvintes em uma conversa,em um diálogo comum como o familiar,o amigável,o do trabalho.Entretanto o caráter peculiar de conversa à nção não fica em segundo plano,persiste na mente do ouvinte só que de forma especial,é como se ele descesse ao nível social e dialetal do povo;ele fica mais próximo mesmo do povo numa comunicação sem ruídos.
Citemos Adolf hitler que,apesar de tantos males causados por ele à nação francesa ,é um excelente exemplo de grande orador.é de real proveito esclarecer que os grandes oradores não são necessariamente aqueles que saem das universidades com currículos diversos,onde têm oportunidade de estudar minuciosamente o bom uso da língua como também estudar renomados escritores.Embora seja este um marco na vida de alguns oradores eloquentes,o que é destaque éo dom nato,digo,dado por DEUS ao homem.A eloquência não está relacionada á priori ao bom uso das regras gramaticais,antes está na capacidade de persuasão.
Os exemplos citados nos mostram ser a oralidade um dom nato:Machado,Hitler,Lula,são pessoas que não tiveram acesso´`a faculdades,alguns nem ao ensino médio,porém,conseguem prender facilmente a atenção de leitores e ouvintes seus... (Ana Urquiza:27/11/05)

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Coisas


As coisas
O encanto
Sobrenatural
que há
nas coisas da natureza!
No entanto, amiga,
se nelas algo te dá
encanto ou medo,
não me digas que seja feia
ou má,
e, acaso, singular...
E deixa-me dizer-te um segredo
um dos grandes segredos do mundo
-essas coisas que parece
não terem beleza
nenhuma
-é simplesmente porque
não houve nunca quem lhes desse ao meno
um segundo
olhar!

(Mário Quintana)

Amor é fogo que arde sem se ver


Amor é fogo que arde sem se ver;
É ferida que dói e não se sente;
é um contentamento descontente;
É dor que desatina sem doer.

é um não querer mais que bem querer;
É andar solitário por entre a gente;
É nunca contentar-se de contente;
É cuidar que se ganha em se perder;

É querer estar preso por vontade;
É servir, a quem vence, o vencedor.
é ter com que nos mata lealdade.

Mas como causar pode seu favor,
Nos corações humanos amizade,
Se tão contrário a si é o mesmo amor?

(Camões)

Soneto do amor total


Amo-te tanto , meu amor...não cante
O humano coração com mais verdade
Amo-te como amigo e como amanteNuma sempre diversa realidade.

Amo-te agim, de um calmo amor prestante,
E te amo além, presente na saudade.
Amo-te, enfim, com grande liberdade
Dentro da liberdade e a cada instante.

amo-te como um bicho simplesmente,
De u amor sem mistério e sem virtude
com um desejo maciço e permanente.

E de te amar asssim muito amiúde,
É que um dia em teu corpo de repente
Hei de morrer de amar mais do que pude.


(Vinícius de Morais)

Rios sem discurso


Quando um rio corta, corta-se de vez
O discurso - rio de água que ele fazia;
cortado, a água se quebra em pedaços,
Em poços de água, em água paralítica.
Em situações de poço, a água equivale
a uma palavra em situação dicionária:
Isolada, estanque no poço dela mesma,
E porque assim estanque, estancada;
E mais: porque assim estanque, muda,
E muda porque nenhuma comunica
Porque cortou-se a sintaxe desse rio,
O rio de água por que ele discorria.


(João Cabral de Melo Neto)

Gonçalves Dias


Amor é vida;é ter constantemente
Alma, sentidos, coração - abertos
Ao grande, ao belo; é ser capaz d'extremos,
D'altas virtudes, (té capaz de crimes)
compreender o infinito, a imensidade,
E a natureza e Deus;gostar dos campos;
D'aves, flores, murmúrios solitários;
Buscar tristeza, a soledade, o ermo,
E ter o coração em riso e festa;
E, a branda festa, ao riso da nossa alma
fontes de pranto intercalar sem custos;
Conhecer o prazer e a desventura
No mesmo tempo, e ser ao mesmo ponto
O ditoso, o misérrimo dos entes;
Isso é amor , e desse amor se morre.

Camões


Os bons vi sempre passar
No mundo graves tormentos;
E, para mais me espantar,
Os maus vi sempre nadar
Em mar de contentamento.
Cuidando alcançar assim
O bem tão mal ordenado.
Fui mau, mas fui castigado.
Assim que, só para mim
anda o mundo concertado.

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

A última crônica


A caminho de casa, entro num botequim da Gávea para tomar um café junto ao balcão. Na realidade estou adiando o momento de escrever. A perspectiva me assusta. Gostaria de estar inspirado, de coroar com êxito mais um amno nesta busca do pitoresco ou do irrisório no cotidiano de cada um. Eu gostaria apenas de recolher da vida diária algo de seu disperso conteúdo, fruto da convivência, que a faz mais digna de ser vivida, visava ao circunstancial, ao pisódico. Nesta perseguição do acidental, quer num flagrante de esquina, quer nas palavras de uma criança ou num incidente doméstico, torno-me simples espectador e perco a noção do essencial. Sem mais nada para contar, curvo a minha cabeça e tomo o meu café enquanto o verso do poeta se repete na lembrança: "assim eu quereria o meu último poema". Não sou poeta e stou sem assunto. Lanço então um último olhar fora de mim, onde vivem os assuntos que merecem uma crônica.
Ao fundo do botequim um casal de pretos acaba de sentar-se, numa das últimas mesas de mármore ao longo da parede de espelhos. A compostura da humildade, na contenção de gestos e palavras, deixa-se acentuar pela presença de uma negrinha de seus três anos, laço na cabeça, toda arrumadinha no vestido pobre que, se instalou também na mesa: mal ousa balançar as perninhas curtas ou correr os olhos grandes de curiosidade ao redor. Três seres esquivos que compõem em torno à MESA A INSTITUIÇÃO TRADICIONAL DA FAMÍLIA, CÉLULA DA SOCIEDADE. vEJO, PORÉM, QUE SE PREPARAM PARA ALGO MAIS QUE MATAR A FOME.
Passo a observá-los. O pai, depois de contar o dinheiro que discretamente retirou do bolso, aborda o garçom, inclinando-se para trás na cadeira, e aponta no balcão um pedaço de bolo sob a redoma. A mãe limita-se a ficar olhando imóvel, vagamente ansiosa, como se aguardasse a aprovação do garçom. este ouve, concentrado, o pedido do homem e depois se afasta para atendê-lo. a mulher suspira olhando para os lados, a reorganizar-se da naturalidade de sua presença ali.O garçom encaminha a ordem do freguês. O homem atrás do balcão apanha a porção do bolo com a mão, larga-o no pratinho - um bolo simples, amarelo-escuro, apenas uma pequena fatia triangular. a negrinha, contida na sua expectativa, olha a garrafa de coca-cola e o pratinho que o garçom deixou a sua frente. Por que não começa a comer? Vejo que os três pai, mãe e filha, obedecem em torno à mesa a um discreto ritual. a mãe remexe na bolsa de plástico preto e brilhante, retira qualquer coisa. o pai se mune de uma caixa de fósforos e espera.a filha aguarda também, atenta como um animalzinho. Ninguém mais os observa além de mim. São três velinhas brancas, minúsculas, que a mãe espeta caprichosamente na fatia do bolo. E enquanto ela serve a coca-cola, o pai risca o fósforo e acende as velas. Como a um gesto ensaiado, a menininha repousa o queixo no mármore e sopra com força, apagando as chamas. Imediatamente põe-se a bater palmas, muito compenetrada, cantando num balbucio, a que os pais se ajuntam, discretos :'parabéns pra você..."Depois a mãe recolhe as velas, torna a guardá-las na bolsa. A negrinha agarra finalmente o bolo com as duas mãos sõfregas e põe-se a comê-lo. A mulher está olhando para ela com ternura - ajeita-lhe a fitinha no cabelo crespo, limpa o farelo de bolo que lhe cai ao colo. o pai corre os olhos pelo pelo botequim, satisfeito, como a se convencer intimamente do sucesso da celebração. De súbito, dá comigo a observá-lo, nosssos olhos se encontram, ele se perturba, constrangido - vacila, ameaça abaixar a cabeça, mas acaba sustentando olhar e enfim se abre num sorriso.
Assim eu quereria a minha última crônica: que fosse pura como esse sorriso.
(Fernando Sabino)